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Platão

Platão (c. 427-347 a.C.), ao lado de Sócrates e de Aristóteles, lançou as bases de toda a tradição intelectual do Ocidente. Nasceu em uma família que, por muitas gerações, teve posição de destaque na política ateniense. Seria natural que o pensador tivesse seguido o mesmo caminho, mas ele declinou da posição, indignado com a violência e a corrupção da vida política de Atenas. Revoltou-se, sobretudo, com a execução de Sócrates, seu amigo e professor, em 399 a.C.

Inspirado pelos questionamentos socráticos sobre a natureza dos princípios éticos, Platão procurou a cura para os males da sociedade não na política, mas na filosofia, e chegou à convicção fundamental de que tais males jamais cessariam a menos que os filósofos se tornassem governantes — ou que os governantes se tornassem filósofos. Em uma data incerta do século iv a.C., fundou a Academia, em Atenas, a primeira instituição permanente devotada à pesquisa e ao ensino da filosofia, protótipo de todas as universidades ocidentais. Empreendeu inúmeras viagens, em especial pela Sicília, como conselheiro político de Dioniso II, governante de Siracusa.

Platão escreveu mais de vinte diálogos filosóficos, e também lhe são atribuídas treze cartas, cuja verdadeira autoria é alvo de acalorada discussão, hoje, disponibilizamos gratuitamente, em livros digitais, boa parte delas. Sua atividade literária se estendeu por cerca de meio século. Poucos escritores exploraram a prosa grega em toda a sua graça e precisão, sua flexibilidade e seu poder.